​Redondo reedita com êxito as Matinés Cinéfilas...

​Redondo reedita com êxito as Matinés Cinéfilas, promovendo as interações dos seus construtores em amenas tertúlias com o público, as tardes de curtas no seu regresso ao Centro Cultural de Redondo viajaram numa ambiência intimista com a apresentação de “ O Torneiro da Mouraria” e “Vladimir”.

Com Évora na atualidade e enquanto pano de fundo, o Torneiro da Mouraria, de Takis Panas e André Birken, aloja-se no quotidiano de João Manuel Balhé dos Santos, um dos últimos torneios da região, percorrendo a sua vida desde a tenra idade no abraço à arte que o havia de acompanhar até aos nossos dias.  

Repescando as suas memórias em contraste com a atualidade, o Torneiro conduz-nos por uma viagem intemporal, em torno do seu torno, não deixando de nos surpreender com um ou outro testemunho mais ou menos caricato. Enaltecendo o homem por detrás da obra, esta curta centra-se sobretudo na dimensão humana, assumindo-se como o perpetuar de um legado cuja extinção se vai acentuando, à mercê da “alergia” das novas gerações.

É também na condição humana e nos seus afetos que assenta o olhar da produção de Carla Magro Dias, “Vladimir”, é um exercício de simbiose único entre o homem e a marioneta, magistralmente conduzido por um dos maiores e mais conceituados marionetistas do mundo – Manuel Dias.

A facilidade com que o espetador perde a noção da ”marioneta” para entrar no despertar imaginário a que Manuel Dias nos transporta, só termina no sono entre vidas do seu amigo, como se de um simples cruzar de fios se tratasse.