O Municipio de Redondo continua a apostar na consolidação da Rota dos Eremitas, que foi palco para mais um percurso na Serra D’Ossa “Redondo, à Mão de Semear” vocacionado para a identificação e recolha de ervas e plantas, nas diferentes propriedades e aplicações que lhe são conhecidas, e o “Saramago” foi Rei.
Foi em manhã acinzentada, pontuada por alguns rasgos de Sol que se iniciou o percurso no passado Sábado dia 02 de Abril em que cerca de cinquenta entusiastas destas iniciativas centradas no património e natureza animaram o passeio, que contou com o apoio da Paula Mendes nas partilhas e explicações científicas, e nos usos e costumes de raiz popular sobre as aplicações das inúmeras espécies de plantas que povoam os trilhos desta Rota.
Num cenário que oferece bem mais do que o deslumbrante recorte da Serra, no contraste com o início das estepes alentejanas, os recantos e a beleza dos trilhos eremíticos nos resquícios de uma ruralidade centenária, permitiu aos participantes uma agradável experiência longe da urbanidade que nos consome e nos distrai dos verdadeiros valores da vida.
Percorrendo as margens da Ribeira do Monte Virgem, por entre escarpas e paredes de xisto de velhas hortas e represas, resilientes e intemporais estes testemunhos vão nos ensinando sobre o que já foi a harmonia entre a modelação humana e o leve fluir da água em comunhão com a Natureza.
Por caminhos centenários encontrámos, a cada passo, ervas e plantas que foram, e são, a base de uma gastronomia rica e variada de sabores. Alabaças, agriões, poejos, acelgas e Saramagos, muitos Saramagos.
Abandonando a linha de água elevámo-nos em busca de outra paisagem e de outros aromas e cores que nos permitissem outros saberes e sabores, aí, a carqueja, o rosmaninho, a esteva e o pinheiro deram-nos o cheiro da serra, que os verdilhões e pilriteiros animaram em largos e repenicados assobios, assinalando a nossa intrusão.
Com uma boa reserva de “Saramagos”, recolhida durante a manhã, no final rumámos ao EcoMuseu, para que se colocasse em prática os ensinamentos culinários de uma ruralidade perdida, terminando com uma magnífica “Sopa de Saramagos com Feijão”, naturalmente muito bem acompanhada pelos deliciosos tintos de Redondo.
Consulte as fotos aqui